Rapá, eu tenho pra mim um conceito que - na prática - é até universal...
"TUDO EM EXCESSO OU ESCASSEZ FAZ MAL"
Isso vale pra praticamente tudo! Remédios, exercícios, vícios... E também pra pirataria! Você já vai entender o paralelo...
Inseticidas, por exemplo, têm um componente chamado Organo Clorado. Intoxicam e matam, nem preciso dizer! Porém, se não for em uma quantidade suficiente, não chegam a matar a tempo de insetos se reproduzirem e, consequentemente, as gerações seguintes podem desenvolver uma maior resistência a esse componente.
Isso todo mundo já sabe...
O interessante é que esse tal Organo Clorado pode ser usado também para SALVAR VIDAS - como em casos de superdosagem de certos remédios psicotrópicos (ex.: Gardenal)! Aplicado em uma dosagem EXATA e no tempo certo, um anula o outro - e o que foi feito pra matar, salva!
(por sorte acredito que muito poucos aqui sequer têm acesso a esse remédio para bancarem os loucos de "fazer o teste" xD )
Na mesma linha, praticamente QUALQUER COISA chega a ter essa característica. Até mesmo ÁGUA!
Sim... Quando tomamos pouca água ficamos desidratados, podendo até morrer por isso! O que poucos sabem é que a recíproca é verdadeira: se tomarmos água
demais TAMBÉM podemos morrer! Isso até já aconteceu antes:
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL283081-5602,00-BRITANICO+MORRE+APOS+BEBER+AGUA+DEMAIS.html
Pronto! Agora vou explicar o que diabos isso tem a ver com pirataria - apesar de já dar uma boa noção de como uma coisa é relacionada a outra de alguma forma...
Pirataria em si é ruim? É! Cada unidade pirateada do produto é ganho que o produtor original não está embolsando - que poderia ser usado para desenvolver novos produtos (melhores inclusive) - e não raramente está beneficiando alguém que nenhuma participação teve na criação disso.
Por outro lado, a pirataria em si tem um forte aspecto POSITIVO para o mesmo produto:
divulgação!!
Uma pessoa que usa um produto - mesmo pirata - e gosta, vai divulgar esse gosto para outras. Até pelo caráter "imoral" da pirataria, normalmente vai omitir o fato de que desenvolveu essa opinião de forma ilícita. Aí as outras pessoas que ouviram a opinião da primeira se interessarão e passarão a adquirir, elas também, o produto!
Umas de modos convencionais, comprando e tudo mais; outras de forma irregular tal qual a primeira...
O interessante é o efeito "bola de neve" que isso acarreta: o produto passa a ser vendido mais e mais, e no fim a empresa acaba se mantendo até melhor do que se coibisse totalmente a pirataria!
Mas aí também tem aquele velho porém do "ser demais": um produto lançado na Europa - que tem uma mentalidade mais "civilizada" - que sofra de pirataria e isso acabe servindo como fator de divulgação certamente vai ter um lucro MUITO maior que se lançado no Brasil, onde a cultura é justamente essa barbárie de "eu tenho que me dar bem e danem-se os outros".
Também tem outro detalhe: a "volatilidade" do produto em si!
Filmes, por exemplo... Quanto tempo duram? Uma hora, duas... Em casos excepcionais três horas.
E por quanto tempo eles se vendem? Quanto tempo dura o período que eles "dão retorno"? Duas, três semanas... Em casos realmente excepcionais não mais que dois meses!
Aí fica realmente difícil defender a pirataria como algo que pode ser usado para divulgação e "fazer bem" ao produtor, pois o negócio é contar com o tempo curto - e se você pirateia ao invés de comprar o ingresso, certamente terá pouco impacto ao "fazer propaganda" do filme.
Então - na minha opinião pessoal pelo menos - há "formas e formas" de se piratear.
Um filme, se não posso assistir pagando, espero ao menos diminuir a "febre" em torno do mesmo para ir atrás.
Um jogo, se não posso pagar, procuro divulgar ao máximo se gostei dele - mas também não vou sair comprando tudo que é jogo por aí, a pirataria também me tem esse lado positivo que eu posso "testar" se gosto antes de arriscar meu dinheiro em algo que não vou gostar no final das contas.
